Música, arte, entretenimento e uma dose de poesia. Aqui não tem segmento específico, é tudo muito pessoal. É que eu só quis dizer...
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Alanis Morissete no Rio - 04/02/2009

A partir da segunda semana de Janeiro começava a minha saga; Alanis voltaria ao Rio. Como a maioria dos fãs, ex-adolescentes sentimentais (e atualmente adultos sentimentais), corri para a bilheteria do HSBC Arena para não pagar a taxa de (in) conveniência e conseguir o melhor lugar possível. Este show foi sem dúvida, um programa de fã: em uma noite de quarta-feira, chuvosa e cheia de trânsito. Uma verdadeira odisséia chegar no lugar e respirar aliviado. Mas como todos imaginávamos, compensou. A banda entra com a tradicional “Uninvited”, música que na minha opinião, nunca deixará a setlist. Algumas composições da Alanis tocam em um lado tão pessoal de cada um que, em músicas como essa, o estado da platéia é quase em transe religioso. Algo meio louco – mas bonito de se ver.



A banda (todos homens) estava “estilosa” e completamente nesse clima. A tela no fundo do palco era uma pintura bem subjetiva, repetindo o tipo de cenário do show no então Claro Hall, em 2004. Tudo bastante simples. Tive a impressão que no sentindo de produção, não foi um show caro no final das contas - o que me fez pensar no custo oneroso do ingresso, mas meu sangue de fã (e de barata) fez questão de me fazer desconsiderar esses fatos. Eu cheguei a ler antes do show que a aposta seria nas músicas mais antigas. E realmente, eles usaram e abusaram do Jagged Little Pill, o que deu uma dinâmica interessante para as apresentações.



Geralmente durante músicas novas o público fica um pouco menos animado, então fazer essa intercalação segurou bem o ritmo do show. Músicas tradicionais como Oughta Know, por exemplo, foram berradas pelo público, do início ao fim. O clima foi bom, e de certa forma nostálgico. O público se “revisitava” de alguma maneira. Alanis abusou do Jagged Little Pill, mas deixou de lado quase que completamente o Under Rug Swept e o So Called Chaos. Para não dizer que não falou das flores, tocou Flinch (do primeiro) e Everything (do segundo). Nesse ponto achei que poderiam ter dividido melhor. A própria Alanis foi muito agradável, espontânea como sempre. Fez até graça, adaptando um trecho de “Head Over Feet” para “you’re the best listeners that I’ve ever met”.



Deu vários “obrigados” com uma boa pronúncia (que muitos artistas estrangeiros não têm e nem se interessam em ter) e dedicou “Everything” a todos os emotional freaks, como ela. Pediu ainda que eles levantassem a mão, e lá estava todo o HSBC Arena com os braços pra cima. Ela definitivamente conhece o público para quem está tocando. Esta é a verdadeira raridade de shows como esse. As pessoas dividem sentimentos, entram em um tipo de comunhão musical-sentimental. Confesso que em emoções triviais como a de uma apresentação, costumo não me mobilizar muito. Mas confesso também que em “Thank you” o frio na barriga me veio fulminante e a garganta engoliu seco. É por isso que no final das contas, a gente gasta uma grana, sai do trabalho correndo, corre na chuva pra chegar à tempo, mas ainda sim vale a pena. Definitivamente, eu, Alanis, e aquelas outras 14.999 pessoas tínhamos algo em comum naquela noite.

1 comentários:

Unknown disse...

taí um show que gostaria de ter ido, mas fizeram de tudo pra complicar, com chuva, trânsito, dia de semana, lugar difícil de chegar, como vc bem falou... Uma pena! Quanto ao vídeo do Sonics, concordo com seu comentário: Medo!!! rsrs. Já a música do Little Joy realmente lembra o Los Hermanos, só que no conjunto do disco essa influência fica um pouco mais discreta, mas acho que rola sim. bjos rany!!!

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