Música, arte, entretenimento e uma dose de poesia. Aqui não tem segmento específico, é tudo muito pessoal. É que eu só quis dizer...
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Girando o cubo

Às vezes a vida vai levando um rumo que nem você se entende mais. Você caminha por um conceito ou outro, pondera sobre o que é melhor...no final das contas, nada é seguro. O teu erro é você mesmo, e as suas prioridades, que mudam. Parece um cubo mágico, que fica lá sendo trocado. Girado. Se um dos cubos destoa, pode garantir que ele volta a aparecer. E a fazer tudo trocar de novo. O esquizofrênico é passar a se planejar de uma forma que você possa prever suas prioridades futuras. E o presente, como fica? É preciso.

Sempre odiei a pergunta de “aonde você quer estar daqui a 5 anos”. Não só nas entrevistas – o que tornava a questão mais imprevisível ainda-, mas pra tudo, mesmo. Cara. Sei lá! Quero ver coisa mais irônica do que alguém como eu terminar trabalhando com planejamento.

Na verdade odeio essa pergunta não porque não quero saber a resposta. Mas simplesmente porque não sei. A necessidade de se controlar as coisas, de se precaver contra mágoas, cicatrizes na vida. Tudo inevitável. Tão inevitável que nem a própria pessoa sozinha consegue prever a vinda deste tipo de coisa. Estamos tão presos em nossas próprias cabeças. Nas nossas percepções sobre nós mesmos e os outros. A realidade não existe, e ainda que consigamos sentir um cheiro dela, essa é a nossa última percepção, a mais trabalhada, cansada de analisar, cansada de se proteger.

Você será ferido. E o que há de se compreender, é que na vida, nem sempre você deve estar pronto para o combate. Terá sim que estar pronto para a queda – pois no final das contas, só você pode se colocar de pé.

Medo de ser covardemente enganado. Medo de ver situações decisivas sob um filtro enviesado de conceitos próprios. Medo de tomar caminhos errados, ou que só te levam pro mesmo lugar. Medo de não ouvir a sua intuição –ou não saber o que ela diz. Medo de novas e piores cicatrizes. É o que se sente, mas é com tristeza que digo que nada disso adianta. 

E não tenho tantos anos transcorridos assim. A racionalidade, neste caso, não endurece o coração. Ela o esfria (com uma consolação frustrada), e ele fica neutro. Sem dor, mas sem vida. Pronto para voltar à rotina, e arder em brasa frente aos próximos cubos que -como sempre – não encaixarão.   


Ou você aprende a se virar:


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